Eclesiocom vai focar igrejas, comunicação e política

Em períodos eleitorais, as mídias religiosas acabam se tornando veículos de doutrinação que vão além do religioso, alcançando o político, disseminando, muitas vezes, a opção ou a própria campanha de seus líderes.
O fenômeno está na pauta do Eclesiocom 2010, que será hospedado pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), no dia 19 de agosto. O tema principal do encontro, “Comunicação, igrejas e políticas no Brasil. Ecos do período eleitoral 2010”, será apresentado pelo diretor do Programa de Estudos da Religião na América Latina da Baylor University, Paul Charles Freston.
Desde os tempos do Brasil Colônia e do Império, a presença do catolicismo na política brasileira é marcante. Os evangélicos, movidos pelo lema “igreja não se mete em política”, mudaram esse paradigma com o crescimento, de modo especial, das igrejas neopentecostais, nos anos 80 do século passado.
Na Constituinte, eleita em 1986, surgiu a “bancada evangélica” no Congresso Nacional, cuja atuação, eticamente colocada em dúvida, gerou críticas em diferentes famílias confessionais, de modo acentuado nas igrejas históricas. Mas a Bancada estabeleceu um marco da participação de evangélicos na política nacional.
Contraponto aos interesses defendidos pela Bancada Evangélica, surgiu o Movimento Evangélico Progressista (MEP) com o propósito, entre outros, de articular políticos com posturas éticas coerentes ao seu comprometimento cristão.
A apresentação do Eclesiocom 2010 lembra que a existência das mídias cristãs, em especial entre os evangélicos, “muito se deve a trocas políticas e lobbies por concessões” de canais de rádio e de televisão. O encontro na Umesp, que receberá trabalhos para apresentações em grupos até o dia 2 de agosto, quer contribuir para a reflexão sobre igrejas e comunicação, levantando histórico da conjugação igrejas-mídia-política no Brasil e identificar tendências para 2010.
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Fonte: ALC/Notícias Cristãs