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“Evangélicos são um problema”

Gerônimo, um dos precursores do que se convencionou chamar de axé music, é o primeiro Rei Momo do Carnaval de Salvador eleito pelo voto popular. Sempre despachado, ele diz que o pagode baiano precisa amadurecer e, como toda majestade que se preze, decreta: "É D’Oxum’ já é o hino da cidade há anos".
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Jornal da Metrópole – São Jerônimo traduziu a Bíblia do hebraico para o latim. Como Gerônimo traduziria o sentimento de virar Rei Momo?
Gerônimo – A coisa que eu posso fazer como Rei Momo é transformar o Carnaval de Salvador com muita alegria e paz. Vou tentar fazer isso de alguma forma, mandando mensagem, zombando ou criticando. Pretendo levar uma doce polêmica para a avenida.
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JM – O Rei Momo do ano passado, Clarindo Silva, pesava 58 kg. E você?
Gerônimo – Ah, este ano eu estou com 97 kg. Um pouquinho pesado, né?
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JM – Chegando no peso padrão dos antigos reis momos...
Gerônimo – Mas essa coisa de Rei Momo pesado é uma criação do carioca... Foi um jornal do Rio, em 1934, que divulgou a figura do Rei Momo como obesa. Então veio Clarindo Silva para quebrar esse paradigma, e depois entra Gerônimo com o apelo popular.
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JM – Momo também reinará como músico?
Gerônimo – Mas é claro! Quando soube que fui eleito com quase 3 mil votos, a primeira coisa que informei foi que eu sou um artista e não posso ficar parado, dando "adeuzinho". Então, juntou-se a fome com a vontade de comer. O rei tocará na avenida para os súditos no Carnaval 2009.
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JM – O que o autor de "Quirica na buçanha" acha das letras do pagode baiano?
Gerônimo – Rapaz, "Quirica na buçanha" é um clássico. Eu não chamo esse ritmo baiano de pagode, eu chamaria de "lundu", que é um ritmo africano que surgiu aqui no século XIX e foi proibido pela sociedade da época pela eroticidade e linguajar chulo, com incitações à violência e ao sexo. Torço para que esses "lundus" amadureçam. Acho que são diamantes brutos que poderão ser um dia cristalizados como grandes peças da música brasileira.
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JM – A vereadora Vânia Galvão (PT) entrou com um projeto para transformar "É d’Oxum", sua composição mais famosa, em "hino contemporâneo de Salvador". Será que os evangélicos vão gostar?
Gerônimo – Os evangélicos são um problema sério. São pessoas que pecaram tanto, mas acham que vão ficar mais perto de Deus do que nós. Perseguem a cultura africana, perseguem o candomblé, que é uma religião livre, pura, que não persegue ninguém, na qual entra quem quer. E se os evangélicos quiserem coibir minha música, não vão conseguir, porque mesmo que não seja o hino oficial, ela já é o hino da cidade há anos.
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JM – Qual a sua religião?
Gerônimo - Eu sou afro-católico.
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Fonte: Jornal da Metrópole / Imagem: G1
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